Subiu a cortina

Caro leitor,

Seja bem vindo ao mundo das cordas, madeiras e metais. Aqui você encontrará minhas impressões sobre diversos concertos de música erudita realizados na cidade do Rio de Janeiro. Também compartilhará dos meus devaneios sobre o mundo dos clássicos e algumas dicas de programas, filmes e discos. Só peço a cortesia de fazerem silêncio durante o concerto (e nada de ficar desembrulhando balinhas). Obrigada!

domingo, 5 de maio de 2013

Retrocríticas - a série

A julgar pela movimentação deste blog, até parece que nada aconteceu na cena musical carioca no mês de abril. Na verdade, não só as salas de concerto têm estado cheias para apresentações das nossas principais orquestras sinfônicas (no plural, viu senhor prefeito!) como grupos de música de câmara têm se apresentado em diversos locais da cidade e até montagem de ópera, com cenários e figurinos, rolou (coisa rara por essas bandas). A bióloga-metida-a-crítica-musical aqui é que não tem tido condições de comentar decentemente tudo que viu e ouviu.

No entanto, já que tenho sido cobrada, vou fazer um esforço extra para me manter mais atualizada e recuperar o passivo do mês de abril. Darei início, assim, à série Retrocríticas que terá três capítulos nessa primeira edição: 1. Novidade na câmara; 2. Orquestras, por que vos quero; 3. Aída bem que tem ópera. Além de tomar vergonha na cara, essa série será, para mim, um exercício interessante ao propiciar uma comparação entre as minhas impressões de uma récita logo após o espetáculo e algumas semanas depois. Afinal, o que será que realmente fica depois que o som das notas some dos meus ouvidos? Veremos...


Aproveito a oportunidade para também destacar alguns shows e concertos que adorei nesse último mês mas que não serão tópico de postagem mais detalhada porque, francamente, estou morrendo de preguiça:

- A série Concertos Internacionais da Dell´Arte em parceria com O Globo começou com força total! Tanto a Orchestre Symphonique de Montréal quanto o violoncelista Yo-yo Ma, acompanhado pela pianista Kathryn Stott, fizeram grandes apresentações no Theatro Municipal. A orquestra, regida pelo simpático Kent Nagano, tava nos trinques e abalou o público em uma performance memorável da Sinfonia no. 4 de Brahms. Destaques especiais para o spalla dos violoncelos (Brian Manker) que roubou a cena durante um concerto de piano (isso mesmo, de piano) e para os trombones mais melodiosos que eu já ouvi pessoalmente. O ponto alto, pra mim, do ótimo recital do senhor Yo-yo Ma foi uma peça lindíssima de Olivier Messiaen chamada Quatuor pour la fin du temps. O ponto baixo foi o público que me irritou profundamente e inspirou minha postagem anterior.

- Fugindo um pouco dos clássicos, vale uma menção honrosa à produção do musical As Mulheres de Grey Gardens, que encerra hoje a temporada. Confesso que a temática da peça não tinha despertado muito interesse mas a adaptação e a montagem foram feitas com grande esmero e a Soraya Ravenle esteve simplesmente divina no papel duplo de mãe e filha. A cena final onde ela tenta ir embora é de tirar o fôlego e está levando lágrimas aos meus olhos ainda agora, conforme escrevo essa palavras e lembro do drama do momento. Bravi tutti!

- No mundo do jazz, ficam aqui meus sinceros agradecimentos ao Quinteto Nuclear e à equipe de produção do Jazz Ahead. Essa festa, que por acaso está em destaque no Globo de hoje, combinou um lugar agradável, um ótimo DJ e um conjunto que toca um som de várias origens com alta qualidade e muito improviso. Mas confesso que eu sou suspeita porque sou fã desses caras há quase 15 anos então recomendo que vocês tirem suas próprias conclusões na terceira edição do evento que será no dia 25 de maio lá no Clube dos Macacos, no Jardim Botânico.

Agora, deixem eu voltar para a sala de concerto porque maio promete e eu ainda preciso tirar o atraso de abril...

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