Subiu a cortina

Caro leitor,

Seja bem vindo ao mundo das cordas, madeiras e metais. Aqui você encontrará minhas impressões sobre diversos concertos de música erudita realizados na cidade do Rio de Janeiro. Também compartilhará dos meus devaneios sobre o mundo dos clássicos e algumas dicas de programas, filmes e discos. Só peço a cortesia de fazerem silêncio durante o concerto (e nada de ficar desembrulhando balinhas). Obrigada!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Com a bênção de Nossa Senhora

12.III.2012

A temporada de clássicos de 2012 finalmente começou oficialmente no Rio de Janeiro! Ou melhor, a temporada da Orquestra Petrobras Sinfônica. Com o Theatro Municipal ainda interditado devido ao desabamento do prédio ao lado e a OSB sem dar um pio de notícia sobre a sua programação para esse ano, só resta mesmo à OPES a dar o pontapé inicial. E pelo jeito, foi gol de placa!

A primeira apresentação oficial da temporada foi um cyber-concerto (onde fotos, filmagens e postagens em redes sociais são autorizadas e incentivadas) na superlotada Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, no Centro. Fiquei muito feliz em constatar que não era a única carioca sedenta por música orquestral após um jejum de três meses. Frequentadores assíduos dividiam bancos, corredores e o chão com novatos, todos atentos e encantados com a música de Bach.

A orquestra começou pequena para a Suíte no. 02 (BWV 1067), com destaque para a elegante flauta de Marcelo Bomfim (acompanhada pelas cordas de Felipe Prazeres, Márcio Sanchez, Ivan Zandonade, Marcelo Salles, Ricardo Cândido e Clara Albuquerque), mas cresceu para o resto do programa. Eu realmente estava morrendo de saudades de ver esse povo tocando junto.

O programa intitulado “Bach Eterno” ainda contou com mais uma suíte do próprio (no. 3, BWV 1068) e a queridinha da vez do Heitor Villa-Lobos: Bachiana no. 4 (Prelúdio). Só este ano, já assisti a esse prelúdio três vezes (as outras duas interpretadas pela Orquestra de cordas da OPES e pelo Duo Santoro, em janeiro e fevereiro respectivamente). Ele é lindo de morrer, mas agora chega, né? Mas quem pensa que o concerto ficou em Bach e Villa-Lobos não conhece o maestro Carlos Prazeres. Ele deu um jeito de encaixar um compositor contemporâneo estoniano (!!!) nesse meio, e não é que deu certo? A peça de Arvo Pärt chamada Collage über B-A-C-H é curtinha, em três movimentos. O primeiro e o terceiro são lindíssimos, mas o segundo é muito estranho. Não fosse pela introdução do maestro, não sei se eu teria “captado” a ideia... Mais um motivo para eu gostar da Série Mestre Athayde, é sempre bem informativa.

Que venham as próximas séries, as outras orquestras e os grupos de música de câmara! Para os amigos que queiram me acompanhar nos próximos eventos, segue minha programação até o final do mês de março (se alguém quiser colocar mais alguma apresentação na lista, fique à vontade):

Dia 13 – Quarteto Radamés Gnattali no CCBB
Dia 25 – OPES no Vivo Rio (Série Djanira)
Dia 27 – Orquestra de Solistas do Rio de Janeiro (OSRJ) no Centro Cultural Justiça Federal
Dia 31 – OPES (ainda não sei onde) (Série Mestre Athayde)

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