Subiu a cortina

Caro leitor,

Seja bem vindo ao mundo das cordas, madeiras e metais. Aqui você encontrará minhas impressões sobre diversos concertos de música erudita realizados na cidade do Rio de Janeiro. Também compartilhará dos meus devaneios sobre o mundo dos clássicos e algumas dicas de programas, filmes e discos. Só peço a cortesia de fazerem silêncio durante o concerto (e nada de ficar desembrulhando balinhas). Obrigada!

domingo, 4 de novembro de 2012

Mozart na cabeça

18.IX.2011 Quando eu estava no segundo grau, meu professor de biologia me deu uma dica de como meus estudos poderiam render um pouco mais: escutar Mozart. Segundo ele, há trabalhos científicos que indicam que a música desse compositor estimula os neurônios e a atividade cerebral, contribuindo para a formação de sinapses e a melhoria da memória. Não sei se é verdade, mas passei na prova com uma nota muito boa. O fato é que continuo esquecida, mas sinto que meu cérebro fica mais feliz com Mozart. Tenho a nítida impressão que ele é o único que consegue enfiar sete ou oito notas no espaço onde os reles mortais encaixam apenas duas e ainda dá umas voltinhas danadas! Essa renda musical é simultaneamente leve, delicada e intensa, evocando sentimentos das mais diversas naturezas. Os detalhes são infinitos e é impossível percebê-los todos em uma única récita. Por isso mesmo, não entendo como há quem considere Mozart "batido". Como pode ser "batido" algo que se transforma a cada apresentação e que tem tamanha riqueza e tantas nuances? Como pode ser "batido" o compositor do Concerto para flauta, harpa e orquestra que me leva a um estado de êxtase sempre que escuto e da Sinfonia Jupiter, executada impecavelmente pela Orquestra Petrobras Sinfônica na última sexta-feira no TMRJ? Aliás, eis mais um concerto para ficar na história da OPES (sim, mais um!). Sob a regência de um muito satisfeito Hubert Soudant, a orquestra provou que uma obra que já foi executada milhões de vezes mundo afora ainda pode sair do lugar comum e oferecer uma experiência renovadora para o público. A própria disposição dos músicos no palco ficou curiosa, com todas as madeiras, metais e percussão compactados do lado direito e um véu de violinos se estendendo para a esquerda. Não entendi o porquê desse estranho arranjo (quem quiser explicar, fique à vontade), mas funcionou! A música ora dançava, ora pulava, ora pulsava, ora fluía como um rio caudaloso e cristalino. As expressões faciais e corporais do maestro foram uma diversão à parte, assim como a concentração e prazer (ambos necessários para tocar a sinfonia no. 41) estampados no rosto de vários componentes da orquestra. O Sr. Schubert também não ficou atrás com a abertura Rosamunde e a Sinfonia Inacabada, que sempre deixa aquele gostinho de quero-mais. O rei da melodia é sempre uma boa pedida, mas vou guardar minha "ode de amor a Schubert" para outra nota. Só deixo registrado mais um ponto para a OPES pela escolha de repertório. Quando é mesmo o próximo concerto?

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